É incrível como uma pessoa é capaz de criar vícios sem se dar conta, já reparou?
Você, por acaso, nunca se viciou em alguém, em algum lugar ou mesmo em um determinado tipo de chocolate?
Eu mesma passei semanas comprando a mesma barra de chocolate branco com cookies porque não conseguia sobreviver sem ele.
Mas hoje me dei conta de que não é só o que você come, bebe ou fuma que te faz entrar num vício que pode ou não ser destrutivo.
Entrar naquele prédio e não fazer mais parte dele foi bem estranho, parecia que ele tinha me roubado um pedaço de mim. E como é estranho você olhar para algo que já amou tanto e não sentir mais nada, absolutamente. Me causou um vazio enorme.
Descobri que esse lugar me trouxe vícios dos quais eu ainda não consegui me livrar.
O primeiro de todos é aquele vício que doeu no coração do começo ao fim, por saber que seria sim, muito destrutivo. Foi esse que me fez esquecer meu valor, e também é ele que faz questão de não desgrudar da minha cabeça por um minuto sequer.
O segundo é aquele vício que é tão bom quanto o vício em frutas e saladas (se é que alguém sofre disso). É o vício da amizade. Descobri que tem gente que não sai de mim, mesmo quando eu não estou perto. É o vício nas risadas, nos consolos a cada choro (e olha que foram muitos!), nos abraços e nas melhores companhias que eu podia querer.
A imagem não me sai da cabeça. Vivi tanta coisa boa dentro daquele prédio verde... Dava para escutar as risadas, me ver chorando, e consegui até sentir de novo as coisas que eu já não sentia mais por pessoas que já não fazem mais parte da minha vida.
Acho quase inacreditável a capacidade do ser humano de ser tão ambíguo.
Essa história de gostar e não gostar não me entra muito bem na cabeça.... Parece que falta uma peça-chave, que algo está fora do lugar.
Ainda guardo a flor, o fax e a foto.
E mesmo assim não consigo deixar de me sentir decepcionada e profundamente magoada.
Ai, que vontade de arrancar isso aqui de dentro!Marcadores: menina-moça, sobre flores e amores