É estranho.
Você passa meses esperando que alguma coisa aconteça, até que, numa sexta-feira à noite, sob o cobertor, vendo algum filme que você nem sequer sabe o nome, essa coisa acontece.
Aí, por alguma razão qualquer, você simplesmente não sente nada!
Não é muito esquisito? É como se você tivesse esperado todo esse tempo por uma brisa no seu rosto. Porque como uma brisa, é bom receber o que você esperava, mas não é nada muito emocionante, não acha?
Conversei muito com a minha mãe hoje.
Concordamos em um ponto: as pessoas são egoístas. Acham que tem alguma coisa, não ligam muito, mas quando isso quebra é que elas percebem como faz falta.
Sabe aquele bichinho de pelúcia que seu primeiro namorado te deu, que está jogado no armário há séculos, mas que você só se lembra quando sua mãe resolve limpar tudo e acaba por doá-lo? Aí você briga com ela, porque aquele era o bichinho mais importante da sua vida e a perda vai ser irreparável, um trauma que até seus filhos vão carregar.
Mas você não pensa que a criança que ganhou aquele presente vai fazer muito melhor uso. Ele não vai mais ficar encostado no armário. Talvez agora mesmo ele esteja dormindo na cama dessa criança, passando a maior sensação de amor e proteção do mundo, igual acontecia quando era você que se agarrava nele.
E se você gosta tanto assim daquele ursinho (ou talvez seja um coelho ou um gato), vai saber que se ele tivesse qualquer sentimento, estaria muito mais feliz com o novo dono.
É como quando você termina seu namoro.
Você acha que seu namorado super apaixonado nunca vai te esquecer e que nunca mais vai ter outra.
Arranja um novo romance, fica muito bem até que numa tarde ensolarada de Setembro, dá de cara com ele e a nova namorada (muito linda, diga-se de passagem) no meio da praça de alimentação do shopping. Aposto como seu coração vai ficar muito pequeno para o seu corpo, vai até doer para conseguir bater dentro de você. Pelo menos uma vez nessa semana, você vai pensar que deveria ter ficado com ele.
Mas é a vida, que é que se pode fazer?
A fila anda, a roda gira, a roleta também.
JennyMarcadores: menina-moça, sobre flores e amores