Sobre flores e amores
domingo, 16 de maio de 2010
 
A história que não contei:

Algumas semanas antes do café, encontrei Jason.
Foi um encontro totalmente despretensioso, trombamos sem querer na saída do escritório e começamos a conversar e a seguir o mesmo caminho. Quando chegamos à estação do metrô, onde deveríamos tomar sentidos diferentes, ele perguntou se eu não gostaria de passar numa lanchonete com ele, onde havia o melhor lanche de pernil da cidade.
Claro que eu fui! Era sexta-feira, não havia nada a fazer em casa e, principalmente, nada para comer. O que poderia ser melhor do que trocar esse vazio pela companhia do cara mais bonito e charmoso que já conheci?
Não percebemos a hora passar. Quando nos demos conta de que estava cada vez mais frio e as pessoas que passavam pela rua estavam cada vez mais raras, olhamos para o relógio: já era madrugada.
Jason se ofereceu para me acompanhar até minha casa, e assim o fez.
Quando chegamos na porta do prédio, um carro passou e nos lavou completamente! Quase não acreditei! Todas as vezes em que estivemos juntos, alguma calamidade nos atingiu.
Então pedi que entrasse, pelo menos para tirar a roupa encharcada, pois estava muito frio. Poderia tomar um banho quente, um chá digestivo e pegar algumas peças de roupa que meu irmão havia esquecido na semana anterior.
Subimos pelas escadas. No segundo lance, ele segurou meu braço, para me chamar a atenção. Quando me virei, achando que algo estava acontecendo, me puxou pela cintura e me deu um beijo desses de cinema. Minha pernas quase não conseguiam me sustentar.
Lógico que não foi do jeito que eu sonhei, afinal as roupas estavam muito geladas, e ambos estávamos tremendo muito. Mas ainda assim foi surpreendente. Inacreditável.
Em seguida olhou para mim, e eu só conseguia olhar para meus pés de tanta vergonha. No mínimo me achou caipira e infantil. Mas sorriu, pude perceber. E continuamos a subir até o próximo andar, onde moro.
Jason foi tomar seu banho, fechou as portas do box, e abriu o chuveiro. Dei uns minutos e perguntei se poderia entrar para pegar minha toalha, pois assim, poderia tomar banho no outro chuveiro. Ele, é claro, me respondeu que sim.
Enquanto eu entrava, com medo de escorregar no piso umedecido, ouvi a porta do box correr lentamente, mas continuei olhando fixamente para a toalha.
Jason me pediu uma toalha que pudesse usar também, pois eu havia esquecido. Quando olhei para o lado para responder, deixei que tudo o que segurava caísse no chão, porque nunca o havia visto tão bonito como naquela cena.
A água escorria por seu rosto e contornava seus lábios. Seus olhos brilhavam com muita força.
Não resisti. Cheguei mais perto e o beijei.
Ele me puxou para debaixo do chuveiro.
Fui tirando a roupa aos poucos, nem me toquei do que estava fazendo. Me deixei envolver completamente.
Passamos a noite juntos. No dia seguinte, acordei mais cedo, dei um jeito no meu rosto, escovei os dentes e fui para a cozinha preparar um café da manhã com o que consegui achar. Corri na padaria e comprei pão e alguns frios.
Quando voltei, Jason estava saindo da cama.
Sorriu para mim com a maior cara de sono. Seus cabelos bagunçados o deixavam com jeito de moleque.
Havia sido uma noite realmente incrível.
Na segunda-feira posterior a melhor noite da minha vida, quando cheguei ao trabalho, encontrei um recado dele em minha mesa. Estava escrito algo como "Você é linda. Muito obrigada pela noite".
Achei fofo.
Mas depois disso, Jason simplesmente sumiu. Mal nos víamos pelo escritório, e quando acontecia de nos encontrarmos, ele era distante, nem sequer olhava para mim.
Se afastou novamente.
Tentei procurá-lo algumas vezes, mas nada do que eu fizesse surtiria algum efeito.
Me sinto completamente usada.
E é por isso que insisto na teoria de que o mundo deveria ser uma bolha de sabão.

Jenny
 
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Descobrindo, aos 28 anos, que ser mulher é muito mais do que sempre imaginei. Mãe do Mateus, que me ensina tanto todos os dias sobre como ser alguém melhor e que faz o melhor que pode.

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