O reencontro.
O relógio marcava pontualmente oito horas da noite.O rapaz andava de um lado para o outro dentro daquele aeroporto, parecia ansioso, muito nervoso.
E de fato estava. Já haviam se passado cinco anos desde o último encontro.
A cada minuto que passava, olhava no relógio para ver se o vôo estava muito atrasado.
Quando os ponteiros anunciaram oito e cinco, decidiu correr atrás de qualquer informação, sua impaciência não o permitia ficar quieto no mesmo lugar.
"Não aguento mais esperar", pensava, "preciso fazer alguma coisa, vôos sempre atrasam".
Foi aí que decidiu pegar seu notebook e começar a escrever qualquer coisa, ainda que totalmente sem nexo.
As palavras saíram sem esforço algum, o texto fluía com uma facilidade incrível dentro de sua mente.
De súbito, decidiu que era hora de correr para o corredor do desembarque, por mais que a escrita lhe prendesse a atenção, era só nela que conseguia pensar.
"Cara, cinco anos! É muito tempo... Será que ela mudou? E eu, terei mudado os olhos dela?", os pensamentos o sufocavam.
Foi aí que viu Maria saindo pelo corredor, pequena e frágil, como ainda se lembrava. Nada haveria de mudar aqueles olhos cheios de alegria e aquele sorriso cheio de bondade.
Os olhos da mulher se encheram d'água, quase não conseguia conter a emoção em revê-lo.
- Que saudade, meu amor! - era só o que conseguia dizer ao abraçá-lo forte.
Decerto, essa falta que o jovem fizera nesses anos em que ficara em Portugal, haveria de ser aniquilada. Ainda teriam um mês inteiro para aproveitar tudo o que pudessem.
- Ah! Minha pequena! Quase morri de saudade desse teu abraço! - o rapaz estava visivelmente emocionado, mas as lágrimas eram contidas, afinal, não gostava de chorar na frente de outras pessoas.
Ele pegou as malas que Maria trouxera, e foram os dois até o carro que os levaria para o apartamento dele.
- Me conta tudo sobre a viagem, mãe. Quero saber de cada detalhe
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