Sobre flores e amores
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
 
Hoje demitiram a Carol.
Não sei se fico feliz ou triste. Era muito claro que ela nunca gostou de mim, mas fiquei com pena do seu choro descontrolado.
A gente conta com o dinheiro no fim do mês pra pagar nossas contas, fazemos dívidas contando com o salário que vamos receber.
Bem me lembro de como é ruim ficar sem saber o que vai acontecer amanhã.
Graças a Deus é que tenho meu emprego.
Acho que a saída de Carol foi um gás, um combustível pra que eu me esforce cada vez mais, vou tentar não deixar a peteca cair.
A chefe dela alegou redução no quadro de funcionários, mas duvido um pouco.
O beijão que deu em Sam no outro dia pegou muito mal. Não sei se tem a ver, mas cuidado com a reputação é sempre bom, afinal.
Mas esse negócio de pessoas sendo mandadas embora sempre me deixa meio "sei lá".
Mesmo que ela não gostasse de mim, me senti meio estranha quando passou pela porta, com aquele ar de orgulho. Pensei em me despedir, e até cheguei a esticar a mão, pra cumprimentá-la, mesmo. Mas fiquei no vácuo da mãozinha.
Que é que há com ela? Mesmo nessas horas se recusa a perder a pose.
Por esse lado, prefiro meu jeito de babaca tímida.
Falando em babaca, olha só a novidade do século: Jason não só me cumprimentou com um beijo no rosto, como também me deu um abraço!
Claro que não foi um abraço de urso polar, estava mais pra ursinho de pelúcia... Mas mesmo assim, foi fantástico!
Até o sol que se escondia atrás de umas nuvens, apareceu coincidentemente nesse exato momento. Acho que também ficou curioso com aquela cena, nem eu mesma acreditava.
Depois do super abraço esmagador, me perguntou como eu estava, se tinha me recuperado do tombo de uns dias atrás.
Respondi que sim, mas as palavras me escaparam e acabei dizendo que a vergonha que eu sentia dele, quase me fazia sair correndo e repetir o espetáculo.
Ele deu uma gargalhada, e eu sorri meio insegura. Não sabia se ria de mim ou comigo. E há uma enorme diferença entre uma coisa e outra.
Mais tarde, nos encontramos no cantinho do café, o lugar do meu desastre.
Minhas mãos tremiam tanto que quase que derrubo tudo de novo.
Jason chegou sorrindo, muito simpático, perguntou como andava a vida e o namoro. Respondi que tudo bem, mas que tinha terminado com aquele otário do nerd, porque ninguém merece ficar pra trás de um computador. E perguntei sobre ele.
Riu novamente, e mais uma vez me deixava sem graça, não sabia se parecia uma idiota falando aquelas coisas. Depois, respondeu educadamente, falando que seu namoro também havia terminado há pouquíssimo tempo, porque a ex alegou que não gostava mais dele, que iria se casar com outro em poucas semanas!
Que lagartixa não tem cor, eu sabia, mas que não tem cérebro foi uma descoberta totalmente nova! Como é que larga um cara como Jason, e ainda dessa maneira?
A melhor parte disso, foi que ele se abriu um pouquinho comigo, contou que estava triste, mas que achava que logo passaria. Ao dizer isso, seus olhos encontraram os meus e quase desmaiei.
E foi só. Acabamos o café e voltamos para nossos postos.
Foi a última vez que o vi.

Jenny

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Descobrindo, aos 28 anos, que ser mulher é muito mais do que sempre imaginei. Mãe do Mateus, que me ensina tanto todos os dias sobre como ser alguém melhor e que faz o melhor que pode.

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