terceira partePassaram-se alguns meses desde que Mariela começara a trabalhar no restaurante. Os dias passavam muito rapidamente, mal dava tempo de olhar para o relógio. Às vezes sentia a sensação de que envelhecia sem perceber. Fato é que as coisas já caminhavam de maneira diferente. A garota amadureceu, tornou-se adulta. Era uma vida corrida aquela de trabalhar durante o dia e estudar à noite, mas valia à pena! A faculdade de Veterinária era tudo o que se podia esperar de melhor de um curso. Cuidar de animais, salvá-los e ver a felicidade no rosto das pessoas, era gratificante, Mariela tinha certeza. Mal podia esperar pela formatura, para que finalmente pudesse abrir sua clínica. O salário que recebia desde que entrara no restaurante vinha sendo poupado para a realização deste sonho. Mas a cidade não era assim tão piedosa com as pessoas, nem mesmo com as boas. Uma noite, voltando da faculdade, a menina já estava na porta de casa quando foi abordada por dois homens corpulentos, ambos com máscaras e armas. - Sobe logo, bonitinha! Queremos ver o que tem aí para nós! Vai rápido! – apressava o assaltante. - Calma, eu não tenho grandes coisas. Por favor, não me façam mal! – Mariela começou a chorar, reprimida pelas armas. - Não queremos te fazer mal, a não ser que você não colabore! - Podem subir, levem o que acharem! A jovem não conseguia conter as lágrimas. Subiram as escadas apressadamente, porém, fazendo o máximo de silêncio possível, afinal, não queriam acordar os demais moradores daquele edifício simples.
Descobrindo, aos 28 anos, que ser mulher é muito mais do que sempre imaginei.
Mãe do Mateus, que me ensina tanto todos os dias sobre como ser alguém melhor e que faz o melhor que pode.