Sobre flores e amores
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
  segunda parte
A moça tinha traços grosseiros, mas a voz era de extrema delicadeza, assim como seus modos. Suas roupas cheiravam à comida da fazenda, o que fez Mariela se lembrar da mãe.
- Na verdade, estamos mesmo precisando de alguém para de ajudar – disse a moça, enquanto colocava algumas coisas na bandeja.
Mariela abriu um sorriso um pouco tímido e perguntou se teria uma chance.
- Por que não? – respondeu a garçonete – Espere só um minuto para que eu possa falar com o gerente.
Após alguns momentos, ela voltou e sorriu:
- A vaga é sua, menina! Mas quanta sorte, não é mesmo? Logo a primeira pessoa que passa aqui perguntando por emprego! Mas me diga, qual é mesmo seu nome?
- Me chamo Mariela – seu rosto não escondia a felicidade.
- Muito prazer, Mariela. Sou Solange e serei sua companheira de trabalho de agora em diante. Vista esse avental e me acompanhe.
Solange entregou um avental de fundo branco e minúsculas bolinhas vermelhas para Mariela, a qual o vestiu prontamente.
As duas foram até a cozinha, onde o aroma da comida servida no local era mais acentuado, fazendo a ruivinha se lembrar da infância com muito mais detalhes do que quando entrara no restaurante.
- Bom, este é o nosso cozinheiro chefe. Chama-se Paulo, mas para nós, é só Garcia.
- Pode chamar como preferir – interrompeu o cozinheiro, sorrindo para a nova colega de trabalho.
Mariela sorriu de volta, meio sem graça. Estava tímida diante das pessoas que não conhecia.
- E este é Marcelo, que ajuda o Garcia a agilizar tudo aqui na cozinha.
- Muito prazer! – Marcelo respondeu, sorrindo abertamente. Seus olhos verdes pareceram duas luzes acesas.
- Muito prazer. Sou Mariela. – sorriu de volta.
Os olhares se cruzaram, mas não foi assim tão simples. Ambos tinham a sensação de já terem se conhecido.
A garçonete pareceu reparar no que havia acontecido, mas fez-se de morta.
Poucos segundos depois, chegou uma garota de uns 19 ou 20 anos, meio atrapalhada com uns pedidos e uma bandeja nas mãos.
- Chegou quem faltava – brincou Solange – Esta é Verônica, garçonete como nós, um doce de criatura!
- Bondade dela – respondeu a menina – às vezes sou bem chata. Mas você se acostuma, prometo. – riu-se
- Muito prazer, me chamo Mariela. Espero poder ajudá-las aqui. – sorriu.
- Vai poder, posso te garantir! Você viu o movimento de hoje? Isso é pouco comparado aos outros dias. – respondeu Verônica.
- Bom, é só vocês me explicarem o que devo fazer, começo imediatamente.
As duas foram ensinar o serviço para Mariela, enquanto os rapazes conversavam na cozinha. Paulo comentava sobre a nova colega de trabalho:
- Me diz, Marcelão, gostou da menina? Seu sorriso mostrou isso quando a cumprimentou.- Cale a boca, Garcia, nem sequer a conheço. Vá cozinhar, vá. – respondeu, em tom de brincadeira.

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Descobrindo, aos 28 anos, que ser mulher é muito mais do que sempre imaginei. Mãe do Mateus, que me ensina tanto todos os dias sobre como ser alguém melhor e que faz o melhor que pode.

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